sábado, 19 de maio de 2012

Adolescência Valesca da Costa Abranches - Publicado em 20.07.2003

Os pais estão cada vez mais preocupados a respeito do futuro de seus filhos, hoje em dia a família não mais se sente auto-suficiente para administrar a educação de seus filhos, é comum que busquem ajuda em programas de TV, no ciclo social, e principalmente, encarem a escola como uma parceria na formação dos filhos em todos os aspectos educacionais. As expectativas que os pais têm da escola são inúmeras, mas pode-se resumir dizendo que os pais esperam que a escola reforce aquilo que eles ensinam em casa, e ainda preencha as lacunas que eles, pais, não se sentem capazes (e talvez realmente não sejam) de preencher. Hoje é motivo de preocupação para os pais questões que antes eles podiam resolver simplesmente ocultando dos filhos, ou impondo-lhes uma dita “verdade” ou simplesmente proibindo-os, tais como questões de religião, etnia, ideologia, classe e etc. hoje passaram a ser tema de debate que não pode ser mantido fora do diálogo entre pais e filhos bem como da sala de aula. Temas que obrigam os pais a “saber” tratar, e que faz com os pais se preocupem em como a escola vai tratar.

A relação entre os pais e filhos mudou, pois mudou a família, tomando novas formas através de divórcios e segundos casamentos, madrastas e padrastos, meio-irmãos, irmãos dos irmãos e primos que não tem relação consangüínea, “pais de fins-de-semana”, mães que trabalham fora de casa, e por isso não podem manter a mesma dedicação à Educação dos filhos como a anos atrás, e diversas outras “novidades” que atualmente são corriqueiras na vida das crianças. Aumentou o nível de preocupações dos pais e também o número de coisas que eles tem de considerar, os jovens hoje estão expostos a uma diversidade de informações e de “perigos” que antes não existiam.

Os valores e as tradições educacionais estão em contínuo processo de transformação, porque a sociedade é dinâmica e a “verdade” efêmera. Não se pode mais acreditar numa solução unívoca que atenda a todas as demandas educacionais que se tem hoje em dia, os pais e as escolas agora têm de se adaptar ao movimento da sociedade, buscando encontrar caminhos para preparar as crianças para o futuro, para isto tem-se que enfrentar a polêmica e encarar as possibilidades de caminhos que podem variar de formas conservadoras, até reacionárias, a formas revolucionárias.

Não importa o quão tradicional seja a educação que se pretende dar aos filhos, não se tem como ignorar os processos de formação da personalidade individual, bem como os mecanismos afetivos, destacar apenas o comportamento observável de uma criança ou adolescente acarretará num sério problema de comunicação entre pais e filhos que pode levar a drásticas surpresas.

O comportamento não é controlado apenas por suas conseqüências, então o uso de recompensas e de punições para induzir o comportamento desejado, pode levar ao estabelecimento de uma relação de troca onde deveria haver uma relação de afeto e confiança. Os pais de todo mundo lançam mão desta idéia, e passam a reforçar o estímulo para a Educação criando várias formas de punição e também de recompensa, se utilizam desta técnica para obter um “bom” comportamento dos filhos, ou seja, um comportamento condicionado, obediente, mas fácil de lidar.

Isto ocorre até hoje dentro de famílias modernas e dos estabelecimentos de ensino, mesmo se sabendo que esta é uma visão sectária, não levando em conta todo o processo interno ao sujeito (não observável) mas de grande valor na formação da personalidade. Uma rígida disciplina parece ser o caminho para o sujeito de comportamento “bem educado”, então a disciplina é a obrigação dos educadores (pais ou professores), pois é o que permite a aprendizagem. Contudo, mesmo não questionando a importância de por limites ao comportamento, afinal, a vivência em comunidade impõe esta condição, o controle autoritário do comportamento ignora a individualidade dos sujeitos, ignora a possibilidade de diferentes respostas a um mesmo estímulo. Entretanto, como é uma técnica de emprego fácil e que muitas vezes pode dar rápidos resultados, ou pelo menos resultados aparentes, se torna uma grande tentação para o educador, só que estabelece uma relação autoritária, não recíproca e que, se não receber outras formas de comprometimento, pode se tornar hostil, principalmente na adolescência.

É por este motivo que este tipo de Educação vem sendo cada vez mais criticada, e tem perdido espaço para novos experimentos que se preocupam com a formação do caráter, com o saber ser apreendido, assimilado e refletido, com desenvolvimento da individualidade ou mesmo da humanidade. O respeito aos pais é construído sinceramente, sem que seja forjado pelo medo.

Por isso, no final dos anos 70, os pais da classe média passaram a questionar o tipo de educação que receberam, vale lembrar que eles haviam passado por processos de liberação sexual, luta contra a ditadura, crítica a censura, intenso contato com teorias psicológicas, novas teorias pedagógicas e outras coisas, que faziam eles questionarem a validade de se manter uma relação tão apartada com seus filhos, impondo-lhes a aceitação de tudo de forma arbitrária, através da força. Os pais de classe média mais “liberais” foram os primeiros a procurar por uma valorização do lado humano, afetivo, criativo, consciente e experimentador da infância e da adolescência, mas, anos mais tarde, tiveram de deparar com uma realidade não muito animadora, que é a deficiência de se controlar e de impor limites que permitam aos filhos uma boa convivência social e uma boa colocação dentro da sociedade, nenhum pai quer que seu filho se sinta excluído.

Gravidez precoce, abandono dos estudos, uso de drogas, prostituição, violência, brigas, pequenos crimes entre outras coisas são preocupações constantes dos pais, suas maiores dúvidas são saber como conduzir os filhos por um caminho onde estas coisas estão presentes, tendo de protegê-los e ao mesmo tempo de prepará-los para o enfrentamento, como explicar sem manipular, como afastar sem coibir a liberdade, ou seja, como impor limites, informar, esclarecer, cuidar, aceitar os riscos e amar, tudo na medida certa, medida esta que é totalmente desconhecida dos pais e dos filhos. Os objetivos dos pais estão ligados a preparar o filho para a “vida”, dando-lhe confiança, criatividade e iniciativa, há uma grande preocupação com a formação do caráter e de um comportamento ético, mas não esquece da necessidade de adequação às exigências do mercado de trabalho e da comunidade, condições de sobrevivência, que ainda apresentam cobranças muito “tradicionais”.

A adolescência é, em especial, um período de muita instabilidade para as pessoas, pois nela ocorrem diversas transformações hormonais que mexem não só com o corpo, mas também com a mente. Após os 11 anos, o pensamento já atinge um certo nível de abstração, então a percepção passa a ser também subjetiva, o que permite ao adolescente fazer uma reflexão crítica das coisas, nesta hora, os pais, que se esforçaram em dar condições aos filhos de questionamento da realidade, vão perceber antes dos outros os primeiros resultados desse esforço, muitas vezes em forma de um questionamento a respeito deles pais, o que não deve ser encarado como algo negativo, e sim a nascimento de um novo projeto de vida.

Entre os 11 e 12 anos, a puberdade está em latência, é comum aparecerem distúrbios motores, afetivos, biológicos advindos deste novo contexto sócio-afetivo. Até os 11 anos, a noção de grupo, de comunidade, de ligações afetivas era baseada em coisas bem concretas (família, turma da escola, turma da rua, etc.), após os 11 anos, a criança já possui novos parâmetros (que só vão se ampliar) de relacionamentos, e a identificação de grupo ao qual ela pertence se transforma.

Para optar entre estes novos parâmetros (que envolvem a postura profissional, sexual, ética, empreendedora e tudo mais), os jovens levam em consideração tudo que existe ao seu redor que eles começam a perceber, separam os que mais parecem lhes satisfazer e daí pesam os prós e os contras de cada um, levando em conta não só a vontade própria, como também a opinião dos pais, que tem um valor fundamental afetivo. Mas nem sempre a decisão final agrada aos pais (na maioria das vezes, isto é causado simplesmente devido à “defasagem” ocasionada pelas mudanças socioculturais entre a adolescência dos pais e a dos filhos, sem que signifique realmente um motivo concreto para a preocupação dos pais), daí ser comum o sentimento dos pais de querer impedir o crescimento dos filhos no intuito de protegê-los, só que eles também querem ver desenvoltas as aptidões individuais dos filhos e suas personalidades próprias. Cria-se um paradigma paterno que espelha um outro paradigma, o dos filhos adolescentes, que experimentam agudamente o medo, a ansiedade e o sentimento de que perderam a infância para algo que desconhecem, e ao mesmo tempo, vontade crescerem e de se afirmarem como indivíduos.

Entretanto, muitas vezes, observa-se um comportamento esquivo em adolescentes, tal como, querer dormir demais, ser muito tímido, não ter ânimo para sair de casa ou fazer as coisas, comer absurdamente, ficar o tempo todo jogando no computador, uso de drogas, ficar com a atenção presa a TV, etc., mas este comportamento é uma fuga do paradigma que o aflige. Da mesma forma, que muitos pais enchem seus filhos com “gordas” mesadas, cedem-lhe às vontades, ou os matriculam em uma enorme quantidade de tarefas extracurriculares, para fugir do mesmo paradigma. Estes são, sem dúvida, comportamentos que fogem da tentativa de comunicação entre pais e filhos, mas a comunicação com os pais é de grande valor para os filhos, bem como suas opiniões lhes servem na formação do caráter. Nada disso, vai fazer com que os filhos sigam estritamente o que os pais lhe recomendam, contudo com certeza vai influenciar suas ações e diminuir a angústia de ambos.

Pais e adolescentes sofrem com as mudanças que ocorrem nesta fase do desenvolvimento humano (que vai dos 11 ou 12 anos até os 17 ou 18 anos), a tarefa de saber como se educar já não é fácil, aliás, é uma proposição suficientemente difícil em qualquer idade, nesta as dificuldades são ainda maiores, mas exatamente por ser um período de grandes mudança é que ele se torna um período muito fértil e criativo, que pode desembocar em um relacionamento muito bom entre pais e filhos, mas para isso, ambos tem de enfrentar o problema juntos, encarando as dificuldades e respeitando uns aos outros, se comunicando sinceramente, sem medo e sem julgamentos, apenas, honestas tentativas de ajudar.

Os hábitos e comportamentos dos adolescentes de hoje

Os hábitos e comportamentos dos adolescentes de hoje

Jovens
Acabei de ler uma matéria muito interessante sobre os hábitos e comportamentos dos adolescentes de hoje. Destaco alguns trechos:
(…) os meninos e meninas que nasceram a partir de 1990 não almejam fazer nenhum tipo de revolução – nem sexual nem política, como sonhavam os jovens dos anos 60 e 70. Mudar o mundo não é com eles. O que querem mesmo é ganhar um bom dinheiro com seu trabalho.
O fato de estarem sempre conectados os leva a ter interesse por mais assuntos e a ser mais bem informados de maneira geral. O lado ruim é que raramente tentam aprofundar-se em algum tema. Mudam de opinião com rapidez e frequência proporcionais ao liga-desliga do computador. (…) Plugados ao mundo, aos sites de relacionamentos como Orkut e aos serviços de mensagens instantâneas, eles movem-se em rede e estão menos divididos em tribos.
Apesar de todas as incertezas, um trabalho que os faça ricos é o sonho de 64% dos adolescentes. Faz sentido: os jovens de hoje estão caros. Caros, não, caríssimos. Eles custam cinco vezes mais do que há trinta anos. E, para aumentar mais os gastos familiares, são grandes influenciadores das compras dos próprios pais. Em nove de cada dez famílias que adquirem eletroeletrônicos, a decisão de qual aparelho levar é deles. Cerca de 45% dos adolescentes brasileiros correm às lojas assim que um novo gadget é lançado, segundo uma pesquisa da empresa Deloitte.

COMPORTAMENTO DOS JOVENS






O comportamento dos jovens traz consigo muitas características e influências pra poder explicá-lo. Esse comportamento esta ligado à regras que definem quando um jovem tem um comportamento dentro do padrão. É normal que um adolescente transforme em protestos aquilo que ouve, bagunçar na classe, ouvir o som no último volume, se acabar na balada de sábado e dormir o domingo inteiro, arrumar confusões com os colegas de escola ou nas festas, ter atitudes inesperadas. É provado cientificamente que o jovem independente da sua educação ele possui um comportamento completamente diferente de um adulto.
Nos colégios, por exemplo, é necessário que haja a compreensão das necessidades dos alunos. Palestras sobre comportamento também são importantes. Eles precisam ter certo horário livre durante o tempo em que estão no colégio. Por isso a necessidade dos intervalos entre as aulas. Quanto maior o intervalo (lógico que dentro de um limite) maior a tranqüilidade da aula, já que toda a bagunça a ser feita e as conversas caberiam na hora dos intervalos.
Partindo desta análise, pode-se perceber que o comportamento do jovem é influenciado não só pelas questões hormonais e de maturidade de áreas do cérebro, mas, diretamente pelo meio e com quem ele vive, necessitando de ambientes com mais liberdade, para que possam expressar suas vontades e desejos, elementos necessários para a formação de seu caráter, durante sua constante evolução.

COMPORTAMENTO JOVEM

Entrevista

Tana Luiz Maria
Coordenadora do ensino médio do atual de Piedade. Formada em pedagogia com pós-graduação em administração escolar. Trabalha com jovens desde 1990, quando começou em um escola pública no estado de Rondônia. Trabalha no atual desde 1996 e antes de trabalhar na unidade de piedade, trabalhava na unidade de Olinda. Descreve seu trabalho como um eterno aprendizado, onde os educadores costumam dizer que não envelhecem porque sempre tomam o elixir da juventude, aprendendo com os jovens.

A redação: Qual a sua opinião sobre o comportamento dos jovens de hoje?Tana: Os jovens atualmente são muito inquietos e diante da tecnologia, de todas as informações passadas eles querem tudo para ontem (desde que seja do interesse deles), não querendo ter o trabalho de buscar, pesquisar e refletir.
A redação: Ao seu ver, quais métodos poderiam ser aplicados na melhoria da educação e a conseqüente mudança no comportamento dos jovens?Tana: Precisa mudar a maneira do jovem ver a vida, precisa ter consciência do que se quer para o futuro. Se o jovem perceber que ele é o futuro, todos os métodos aplicados nas escolas funcionarão bem porque o aluno responderá aos estímulos aplicados.
A redação: Como a pedagogia atua na formação dos jovens?
Tana: A pedagogia percebe os jovens com olhos de educador, porque nós somos um pouco de pedagoga, psicóloga, médica, mãe, nutricionista, orientadora e isso serve para fazer a diferença na vida de todos.

Os Jovens de Hoje Já Não Têm Educação?

 




 1) "A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, goza com a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."

        2) "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder, porque essa juventude de hoje é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."

        3) "O nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais os seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."

       4) " Essa juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."

        Provavelmente, todos os leitores adultos que acabaram de ler estas últimas frases, poderiam um dia ter feito estas afirmações, ou, no mínimo, as considerar muito atuais, certo? O mais curioso é que estas afirmações já foram feitas há alguns aninhos atrás e não foram apenas os nossos pais e os nossos avós que as poderiam ter proferido. Foram citadas no início de uma conferência por um médico inglês Ronald Gibson, com a concordância de toda a plateia. A admiração surgiu quando o médico referiu a origem dessas afirmações. Vejam só as datas de cada uma delas:
        1) A primeira é de Sócrates (470-399 anos a.C.);
        2) A segunda é de Hesíodo (720 a.C.);
        3) A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.);
        4) e a quarta estava inscrita num vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia e tem mais de 4000 anos de existência.

       Depois de ler estas frases, revejo-me muitas vezes a dizer estas palavras, provavelmente num ato de inconsciência ou de uma inscrição genética que se manifesta quando atingimos a idade adulta. Geração após geração, esta "lamúria" tem andado de boca em boca, como se de um conflito de gerações se tratasse.  Parece que estamos a culpabilizar os nossos jovens... parece que são os tempos de hoje que provocaram alterações comportamentais das nossas crianças e jovens. Na realidade, o fator "tempo em que vivemos", nada tem a ver ... e a prova disso é que há muitos milénios que o Homem anda a dizer estas coisas... Será o fator tecnologia? Também não... embora possa ser mais um instrumento que, mal utilizado ou utilizado sem controlo, pode potenciar essas alterações de comportamento...
        De repente surge-me outra citação bem antiga, desta vez de Pitágoras, esse grande matemático grego que viveu entre os anos de 571  e  496 a.C:  "Educai as crianças, para que não seja preciso castigar os adultos"! Para mim, os grandes responsáveis pela falta de educação dos nossos jovens, somos nós adultos... Eu não imagino nem acredito nas crianças entregues a si próprias em busca da sua educação. Falo daquela educação básica e estruturante que qualquer filho deve trazer de casa de forma a poder encarar a vida em sociedade, respeitando-se a si próprio e respeitando os outros. Toda a criança que cresce sem conhecer o amor e sem conhecer limites, torna-se numa criança potencialmente perigosa para si e para os outros, sendo uma "peça" que poderá não encaixar no "puzzle" chamada sociedade! Quantos e quantos pais, desabafam comigo enquanto professor, e dizem "Já não sei o que poderei fazer mais pelo meu filho!". Chegando à puberdade, o adolescente necessita de marcar a sua posição e criar o seu bocadinho de mundo, precisa de uma identidade... Se os modelos que demos até então, não foram baseados no amor e nos limites, meus amigos... a vida tornar-se-á muito mais difícil para os filhos, para os pais, para os professores... podendo aquele bocadinho de mundo perder toda a sua cor, todo o seu brilho...
        Às vezes penso... poderei estar a falar de amor e este assumir diferentes conceitos para cada amigo leitor. M. Scott Peck, no livro "O Caminho Menos Percorrido" define AMOR como "a vontade de expandir o Eu com o objetivo de alimentar o seu próprio desenvolvimento espiritual ou o de outrem"... "o AMOR é uma ação, uma atividade... não é um sentimento." ... "é o meio para a evolução espiritual humana" ... " o que fornece o motivo, a energia para a disciplina".... O facto de Peck definir o Amor como uma ação, faz todo o sentido... No caso de uma mãe e de um pai, o sentimento de amor pelo filho é (deveria ser) um facto desde que este é concebido. Depois vem a ação, o verdadeiro AMOR, a verdadeira prova. Por outro lado, e como exemplo, nós professores... quantas vezes recebemos uma turma nova... não temos qualquer sentimento de amor por aqueles adolescentes (que ainda desconhecemos), mas agimos com amor..? O equilíbrio entre o AMOR do SIM (carinho, afetividade) e o AMOR do Não (do estabelecimento de limites), é algo que se vai conquistando, sendo muitas vezes, numa primeira fase, importante os alunos conhecerem os limites (quando em casa não os houve ou houve em excesso), para aos poucos chegarmos ao AMOR do SIM, do abraço, da partilha de AMOR como uma ação, como um intercâmbio, como uma construção mútua.
        Muitos acham que dizer sempre SIM, dar bens materiais, apenas facilitar a vida a uma criança é a melhor forma de amar! Não... por vezes temos de dizer NÃO, mostrarmos os limites, nem que para isso tenhamos de nos zangar e quem sabe, dar "um puxão de orelhas", numa situação limite! Este ano, tenho dado aos meus alunos, o exemplo daqueles pescadores da "Virgem do Sameiro" que estiveram à deriva no mar, numa balsa salva vidas, cerca de 57 horas. Num ato de desespero e de histeria, um dos pescadores quis se atirar ao mar. O Mestre, teve de recorrer à forma mais cruel da condição humana (a violência) e à força para o demover. Teve de lhe pregar uns estalos e amarrá-lo com uma corda... teve de o privar da liberdade... Para quê?... "Não queria perder aquele Homem". Sabia que se o deixasse ir... era uma vida que se perdia! Foi preciso um NÃO (neste caso cruel) para que o SIM, o SIM à vida e ao AMOR, não terminasse ali! Este é um ato de amor... que não vem nos compêndios e que provavelmente, algum desses doutores de craveira repugnaria. Deixavam-no ir? Era?  Penso que todo aquele que tem um mínimo de honestidade intelectual, percebe que com este exemplo não digo que AMOR é violência... O que quero dizer é que AMOR, por vezes, também é uma acto de impor limites a uma criança, nem que para isso seja necessário "bater o pé". Eles precisam tanto deste amor como o amor de uma abraço! É imprescindível o equilíbrio entre ambos...  Se os deixarmos crescer ... sem conhecerem o AMOR e os Limites inerentes ao mesmo, um dia poderão ser forçados a conhecê-los de algemas em punho! Infelizmente, é assim que está organizada a sociedade... e não há que fingirmos e fazermos de conta que o Amor são apenas as corolas de  um "mar de rosas", pois essas rosas têm um cálice que une todas as pétalas que, por sua vez, está seguro por um pedúnculo e por um caule. Deste caule brotam espinhos e não há que os escondermos dos nossos filhos, dos nossos alunos. O AMOR não é apenas a rosa... é toda a roseira, culminado no fortalecimento da sua raiz.
        Dá-me imenso prazer encontrar ex-alunos e partilharmos histórias dos momentos que passamos juntos... Por vezes, embora me custe muito, tenho de ser "durinho" para com os meus queridos alunos. Até hoje, e passados uns anos, todos agradecem-no. Um desses ex-alunos (da turma percurso curricular alternativo 2007-2009 - ver post http://serounaoserverdade.blogspot.com/2011/12/acreditar-nos-sonhos.html) deixou, na minha caixa de "Facebook" a seguinte mensagem, a qual registei como mais um ato de Amor: "O verdadeiro amigo não é aquele que diz sempre sim a tudo o que queremos ouvir. O verdadeiro amigo é aquele que se impõe ao que acha errado. Obrigado por tudo stor". J.G.
        O AMOR, a Educação Básica, começa na família. O Ato de AMOR deve existir entre todos os  elementos da família e, como exemplo, a começar no casal - pai e mãe (quando a criança tem a sorte de ter uma família estruturada). Kahlil Gibran em "O Profeta" diz, relativamente ao amor de um casal:

        "Mas que haja espaços na vossa união, e que os ventos dos céus dancem entre vós.
        Amai-vos um ao outro, mas não façam do amor um elo.
        Deixem-no antes ser um mar que se move entre as praias... das vossas almas.
        Encham a taça um do outro mas não bebam só duma taça.
        Dêem do vosso pão um ao outro mas não comam... do mesmo pão.
        Cantem e dancem juntos e alegrem-se, mas deixem que cada um esteja só, tal como as cordas de uma harpa estão sós embora vibrem com a mesma música.
        Dêem os vossos corações, mas não para que cada um os guarde.
        Porque só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
        E mantenham-se juntos, mas não demasiado próximos: porque os pilares do templo estão afastados; e que o carvalho e o cipreste não cresçam na sombra um do outro."

        Estas palavras de Gibran, adaptam-se a meu ver, a quaisquer que sejam os elementos de um agregado familiar...

        Termino este post com um poema, que a minha tia Sãozinha guardou "religiosamente" e me enviou há dias, que eu escrevera e fora publicado num jornal, quando tinha 14 anos... Não é nada de especial é apenas um poema sobre o AMOR:

        "VALERÁ A PENA?"

       "Valerá a pena?
         Talvez não,
         Talvez sim!
         Tudo depende do coração!

        É o olhar,

        É o sorriso...
        É sonhar
        E tudo o que for preciso!


       Com certeza que sabem do que falo.
       Não é gostar,
       Não é pobreza, nem riqueza...
       Mas Sim, Amar!"

Namoro nos dias atuais

Namoro nos dias atuais
Namorar alguém na atualidade é uma coisa que não está tão acessível, pois as maiorias dos jovens principalmente, não estão muito a fins de compromissos sérios, ou seja, ter um namoro com alguém hoje em dia não é muito comum o mais prático  entre a juventude é o famoso ficar, o rolinho, o caso, a amizade colorida, o namorido(a), o catar, este ultimo então nem se fale catar, é até engraçado quando falamos, mas é a pura realidade do namoro entre os jovens nos dias atuais. Mas é claro que não são todos os jovens que querem somente ficar por ficar e terem compromissos só por terem, existe sim aquelas pessoas que ainda querem namorar sério e fazer valer à pena o amor que existe entre as duas. Até quando falamos na palavra amor parece que já perdeu todo o seu sentido com esta história do ficar. Há alguns tempos atrás o significado do namorar era muito além de uma simples relação sexual entre duas pessoas, ou seja, era aquela relação em que duas pessoas se amavam grandemente e necessitavam permanecerem juntas, para que elas se conhecessem em todos os aspectos até mesmo os defeitos e as qualidades. Agora já hoje em dia muitas pessoas apenas namoram para terem uma relação de simplesmente prazer para ambas às partes satisfazerem as suas vontades, e com isso ocorrendo às relações vão se tornando únicas e exclusivamente feitas de prazer, ou seja, muito facilmente troca de namorados (as) como quem trocam um calçado, ou uma roupa e fazendo disso como uma grande conquista. Mas para quem não está nem ai para estas modernidades dos namoros dos dias que estamos vivendo e só pensa no verdadeiro amor e no real afeto que pode existir entre duas pessoas que se amam, e que não ligam para o que as pessoas estão falando do amor fiel e real, ou seja, se são ou não caretas, pelo fato da cabeça das pessoas da atualidade, tem mesmo é que se entregar ao verdadeiro amor dedicando-se inteiramente um ao outro mostrando que o que vale a pena realmente em nossas vidas é o único e puro amor que pode existir entre duas pessoas.

Adolescência e construção da identidade

Adolescência e construção da identidade
A adolescência é uma fase, a qual, cada pessoa tem que passar. Pois é através dela que aprendemos muitas coisas que nos serão úteis para a vida adulta, por exemplo. E uma destas aprendizagens que aprendemos durante esta fase é a construção da identidade. As mudanças que são próprias da adolescência ocorrem com todos os jovens, e são vivenciadas por todos os jovens no mundo inteiro. Algumas culturas do nosso mundo fazem com que a etapa da adolescência seja encarada, como um momento de preparação para o futuro, e também encarar como serão os papéis no mundo dos adultos.
Durante a adolescência os jovens, passam por confrontos, e diversas vezes por situações inesperadas, e por meio destas situações inesperadas, eles se colocam a beira de muita coragem, e expondo seus limites a inúmeras situações, e provas, lhes garantindo experiências futuras.
Muitos jovens fazem de sua adolescência uma verdadeira festa e alegria, já outros vivem demasiadamente estas alegrias, e também acabam se envolvendo com coisas erradas e negativas. Por isso que o papel da família na adolescência também é muito importante. Alguns jovens são muito rebeldes na escola, por exemplo, e desrespeitam grandemente seus superiores, e só sabem criticar e reclamar, já outros são muito ajuizados e só cometem boas atitudes. Outros convivem muito bem com seus familiares, e sabem o devido valor que eles possuem em suas vidas. Na adolescência é que muito jovens descobrem as coisas boas, mas também realizam descobrimentos de coisas ruins, por isso alguns se perdem em certos caminhos sem volta. Porém todas estas descobertas, assim como as decepções, os amores da juventude, as escolhas que temos de realizar, tudo isso faz parte da vida de cada pessoa, e é na adolescência que muitos jovens a descobrem.
Portanto a adolescência pode ser sim uma fase de muitas conquistas, mas também pode ser repleta de decepções basta o jovem saber lidar com todos estes conflitos, e estes são sim muito necessários para a formação de identidade de cada um deles.